21 julho 2005

(In)coerência

Vital Moreira e a demissão de Henrique Chaves (Ministro do Desporto) em 28 de Novembro de 2004:

Mal passados quatro dias depois da inesperada remodelação governamental, e eis que um dos ministros "reajustados" vem anunciar inopinadamente a sua demissão, acusando directamente o chefe do Governo de mentira, deslealdade e incapacidade! Tratando-se de um (ex-)amigo e (ex-)fiel de Santana Lopes, as referidas acusações ganham especial gravidade.Esta insólita situação constitui um gravíssimo golpe na já pouca credibilidade do primeiro-ministro, degrada ainda mais a desconsideração pública pelo actual Governo, mina decididamente a confiança entre os seus membros (o que pensarão doravante os demais ministros do Primeiro-Ministro?) e adensa as dúvidas sobre sua subsistência até ao fim da legislatura. De facto, que mais pode esperar-se deste desgoverno?

Em Belém deve reinar um misto de incredulidade e de preocupação com a crise governamental precipitada pela estrondosa saída de Henrique Chaves, poucos dias depois da já de si inesperada mexida governamental. Afinal, foi em nome da estabilidade governativa (lembram-se?) que Sampaio justificou a nomeação do actual primeiro-ministro, agora gravemente acusado de deslealdade por um do seus mais dilectos colaboradores. Estabilidade!? Neste contexto de desagregação do governo e de manifesta instabilidade pessoal do próprio primeiro-ministro, a simples menção da palavra estabilidade (que rima com credibilidade e seriedade...) arrisca-se a ser uma piada de mau gosto!

Vital Moreira e a demissão de Luis Campos e Cunha (Ministro de Estado e das Finanças) em 20 de Julho de 2005:

Quando um ministro das finanças, de propósito ou desajeitadamente, dá a entender ou deixa perceber que se quer demarcar publicamente do Governo numa questão politicamente sensível (no caso a política de investimentos públicos), não resta outro caminho se não a demissão (mesmo que julgue que tem razão). E antes cedo do que tarde. Se foi ele a aperceber-se disso, ainda bem; se foi Sócrates a tirar a "moralidade" da história, ainda melhor...

18 julho 2005

Notas soltas

1. O Benfica teve uma linda e merecida apresentação aos sócios. Uma derrota com o Chelsea a passo e a rodar toda a gente. E, claro, com o fantasma de Tomasson, desviado na véspera para Estugarda. E mais o Miguel a planear rescisão e a não treinar sequer. Vai boa a festa pá!

2. Uma semana depois do Governo anunciar com pompa um plano de investimento público com TGV e OTA à cabeça, o ministro Campos e Cunha escreve no DN que é preciso pensar muito bem no investimento público que se faz e pré-anunciou novos cortes. Cá para mim o plano de investimentos, tal como foi apresentado, não durou nem oito dias. É que o que Campos e Cunha diz, normalmente acontece. O que não tem acontecido é o que Sócrates anuncia.

3. A corrida autárquica ainda nem começou. MAs o que me parece é que não há nenhum vencedor antecipado. Nem mesmo Rio, no Porto, que deve lembrar-se exactamente o que lhe aconteceu há 4 anos. Em Lisboa ainda muito mar "Salgado" vai correr. Creio que nas duas cidades está tudo mais empatadop do que se julga, mas lá para Outubro veremos.

06 julho 2005

Sal em África II

Sal em África