24 dezembro 2005

SMS SMS SMS

Véspera de Natal. Desde há três dias que resisto a responder a mesagens escritas de boas festas. Fiz alguns telefonemas, é verdade, mas mantenho a fé de que vou conseguir passar este Natal sem mandar uma sms de tal género.

Bom Natal!

20 dezembro 2005

INTERPRETAR SONDAGENS

Para quem pensa que as sondagens que têm saído sobre as eleições presidenciais são contraditórias, recomendo a leitura deste blogue. Dá para serenar, aprender e constatar.

Aqui fica o resumo:

Cavaco, seguro.
Alegre, em perda.
Soares, a subir.
Jerónimo, a aguentar.
Louçã, a aguentar.

19 dezembro 2005

JERÓNIMO SOUSA

Está a constituir uma enorme surpresa. Só quem tiver posições de princípio imutáveis não é capaz de reconhecer a eficácia com que Jerónimo Sousa tem gerido a mensagem do Partido Comunista.

Está a deixar cair alguns mitos como a oposição à integração europeia e aparece bem mais moderado em posições como a imigração. Lentamente está a consolidar, a recuperar e a conquistar eleitorado.

Decidiu, e bem, deslocar-e à Procuradoria Geral da República para dizer de viva voz que não deve «fulanizar-se» e muito menos «governamentalizar-se» a justiça. Deixou um voto de confiança em Souto Moura numa altura em que todos lhe preparam o «funeral».

Esteve muito bem nos debates televisivos. Recorde-se que é secretário-geral há um ano e pouco e que desde então teve um bom resultado nas legislativas (travando a queda) e um magnífico resultado autárquico. Em Janeiro luta para não deixar o Bloco de Esquerda crescer e vai conseguir.

16 dezembro 2005

PORTUGUÊS

O Conselho Nacional de Educação é contra o fim dos exames de português no 12º ano. Era impossível deixar passar esta brilhante decisão que, ao que parece, vai fazer a ministra Maria de Lurdes Rodrigues recuar na ideia.

Depois de introduzir o inglês na primária, retirar o português da avaliação no final do secundário foi uma medida anunciada, avulsa, sem explicação, sem justificação e sem sentido.

Isto para terminar por aqui.

13 dezembro 2005

A ESTRATÉGIA DE ALEGRE

Começou bem mas está a demonstrar erros na estratégia. Manuel Alegre teve um debate civilizado com Cavaco Silva e saiu imaculado. Não teve falhas, não hostilizou e marcou até a agenda. Posicionou-se ao centro, convencido que estava e continua a estar, que tem um eleitorado de esquerda fixo e imutável.

Mas a estratégia alterou-se. Com Louçã pareceu mais de esquerda que os de esquerda. Em quê? Dois exemplos: impediria um líder de governo regional de se voltar a candidatar em caso de dissolução da assembleia regional e garante que afasta Souto Moura do lugar de Procurador Geral da República, mesmo a meio ano do final do mandato.

Começam a ser erros a mais. E quarta-feira enfrenta Mário Soares. Um debate onde não tem rigorosamente nada a perder e do qual pode ser relançada a força com que arrancou a sua candidatura.

11 dezembro 2005

DEBATES

As eleições presidenciais de Janeiro motivaram um entendimento histórico entre as televisões nacionas. Estão a ser possíveis debates entre os candidatos (dois a dois) que foram sorteados entre os diversos canais.

E qual é a grande novidade destes debates? É que desde que me lembro, nunca tinha visto em Portugal debates em que se discutissem, de facto, as ideias que interessam aos portugueses. Sem interrupções, sem exageros, sem entrevistadores a tentarem impor a sua opinião.

O grau de civilidade tem sido uma tremenda surpresa e uma agradável surpresa. Só por esta novidade, as proximas eleições já são uma vitória para o aprofundamento da nossa democracia.

Mas há algo de curioso a acontecer. Depois de terem aceite o modelo de frente-a-frente, as cinco candidaturas assinaram um documento em que as regras ficaram estipuladas. Mas ao fim do primeiro debate, em uníssono os candidatos da esquerda disseram muito mal do modelo adoptado.

Quanta instabilidade. Então de manhã aceitam e assinam e à noite já não serve? Tudo porque o debate entre Manuel Alegre e Cavaco Silva se transformou num dos momentos políticos de confronto mais civilizado de que há memória?

Cá estaremos para aguardar as cenas dos próximos capítulos, mas a esquerda (já completamente fracturada em quatro candidaturas), começa a fazer-me lembrar aquelas equipas de futebol que quando não conseguem bater o adversário se queixam do terreno de jogo porque estava em mau estado e não deu para jogar bem.

Por agora são apenas sinais. E já não falta muito para o dia 22 de Janeiro.

07 dezembro 2005

FC PORTO

Tenho evitado falar (leia-se criticar) as opções do actual treinador do meu clube. Mas como dizia o outro: «Basta!».

Eliminado da Liga dos Campeões numa humilhação que para encontrar paralelo precisa de um recuo histórico de uma década, Co Adriaanse (um holandês que aos 57 anos ainda não ganhou coisa nenhuma) vai começar a ficar na nossa grandiosa história pela negativa. A conclusão é assustadora: Não percebe rigorosamente nada de futebol.

Vejamos:

Vitor Baía esteve grandioso (mas no início da época o homem queria tirá-lo da equipa); Ricardo Costa (consegue ser mais hilariante na direita do que Bosingwa); Pedro Emanuel (o defesa mais seguro e por isso o que mais vezes é substituído); Pepe (mais conhecido pelo «enterra», não esteve mal no batatal de Bratislava, mas dá sempre cada fífia); César Peixoto (esforçado, mas a defesa esquerdo será sempre adaptação); Paulo Assunção (a par de Baía, o melhor); Lucho Gonzalez (não esteve em campo); Diego (pô-lo a jogar num campo daqueles é sádico); Quaresma (sem espaço); Lisandro (não esteve em campo); Mc Carthy (jogou?).

As leituras de Adriaanse. Tirou Diego e meteu Hugo Almeida (que devia ter jogado desde início). Tirou Pedro Emanuel e meteu Bosingwa (para jogar a defasa esquerdo). Façamos uma pausa: é importante dizer que nesta altura a chuva tinha estourado o neurónio que faltava na cabeça do holandês. Tirou Quaresma e meteu Jorginho (o bom filho à casa torna).

Erros atrás de erros. Se a lama e o árbitro não tinham estado connosco, tinhamos saido dali com uma derrota humilhante. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

Ah, é verdade, aquele início de segunda parte a jogar num fabuloso (4-2-4) ignorando que Lucho nem o pé metia, foi de mestre! Enfim...

06 dezembro 2005

DEBATE 1

Andaram os peritos de marketing político a convencer-nos que Cavaco era um candidato que nada dizia sobre temas difíceis. A expectativa do seu desempenho nos debates era, por isso, muito baixa.

Mas o professor não fugiu a nada. Talvez apenas no caso da dissolução do parlamento. Cavaco preferiu refugiar-se: «só o Presidente tem todos os dados».

A registar a elevação de um debate presidencial que teve regras demasiado apertadas, mas onde o respeito entre candidatos beneficiou quem quis ver. E já agora, parabéns aos moderadores. Não fugiram para as perguntas de politiquice e esta postura beneficiou o interesse daquela hora.

Não acredito que o debate tenha levado alguém a decidir-se ou a inverter o seu sentido de voto.

05 dezembro 2005

BURMESTER... O REGRESSO

Ao que me dizem está tudo tratado. Regressa o pianista à Casa da Música mas para o lugar de director artístico. Da política à finança o negócio está concluído.